Integração Engenharia de Usabilidade e Engenharia de Software Tradicional

Em uma empresa pode já haver todo um processo de engenharia de software bem estabelecido e começar a fazer uso das etapas da engenharia de usabilidade pode ser tornar algo difícil. É um desafio aplicar abordagens centradas no usuário em um  engenharia de software tradicional para que assim aconteça a integração entre engenharia de usabilidade e a engenharia de software já estabelecida no local. Isso devido aos paradigmas serem diferentes ou os modos de verem a mesma atividade, como levantar os requisitos, serem tão diferentes.

Abordagens para Integração

Existem três abordagens a serem realizadas para integrar as duas engenharias. Uma abordagem onde acontece uma mudança completa do processo de engenharia de software já existente, uma abordagem onde acontece uma mudança parcial do processo e um abordagem onde não há mudança alguma fazendo com que as duas engenharia coexistam.

Mudança Completa

A primeira abordagem é uma mudança completa do processo da empresa, misturando completamente os processos das duas engenharias. Surgiria nessa questão um novo processo onde seria um processo de desenvolvimento centrado no usuário e preocupado com a qualidade de uso.

Mudança Parcial

A segunda abordagem e a mais comum dentre todas é uma mudança parcial do processo onde etapas das engenharia de usabilidade são inseridas no processo de engenharia de software. É mantido assim mantendo o processo de engenharia de software e adicionando apenas algumas atividades da engenharia de usabilidade. Para isso, ocorreria a indicação de pontos do processos propostos pela Engenharia de Software em que atividades da Engenharia de Usabilidade possam ser inseridos.

Processo Paralelo

A terceira e última abordagem seria não mudar o processo de engenharia de software e criar um processo paralelo contendo a engenharia de usabilidade. Essa abordagem da maior liberdade ao dois lados para atuarem da suas formas específicas e convergindo os artefatos de cada etapa em marcos significativos do processos.

Agille User Experience

O grande medo das metodologias de desenvolvimento de sistemas é inserir o usuário no processo, pois o entendimento é que o usuários acabem atrapalhando ou atrasando o processo. Sendo assim, integrar a experiência de usabilidade a um processo de engenharia de software pode sofrer resistência.

Porém, hoje já existem metodologias ágeis que fazem uso do design centrado do usuário e provam que isso e possível. Nessa união, o designer de IHC vai trabalhar em todo o processo de desenvolvimento da seguinte maneira:

  • ser o responsável pelas decisões relacionadas a qualidade de uso
  • equilibrar o tempo necessário para entregar um sistema funcional com qualidade de uso oferecida
  • buscar informações sobre o contexto de uso e não apenas consultando usuário e cliente no ambiente de desenvolvimento como acontece nas metodologias ágeis
  • realizar análise da situação atual de forma mais abrangente e fica em contexto de uso do que as user stories e casos de uso usados em metodologias ágeis
  • auxiliar o usuário na priorização das funcionalidades que serão desenvolvidas aplicando formas de agrupamento diferentes do que as metodologias ágeis realizam por entender melhor o usuário e seu contexto.
  • realizar verificações e avaliações em cada estágio do ciclo de desenvolvimento para confirmar que o projeto está caminhando na direção correta.

Agile Usage-Centered Design (AUCD)

Foi proposta por Constantine em 2001 e é uma modelagem baseada no XP e, por isso, inclusive pode ser integrado ao XP. A ideia é trabalhar a usabilidade e design centrado no usuário durante a modelagem de tarefas e papéis do usuário afim de criar cenários de atividades e protótipos de baixa fidelidade. A priorização dos requisitos durante a definição de uma versão deixa de ser pelo atributo “agregar valor” e passa a ser pela “frequência de uso” ou “utilização para o maior número de usuário”, além disso,  os protótipos desenvolvidos são em papel (paperprototyping) e passam por uma validação com a participação dos usuários finais.

AgileUse

Propõem um design interativo e valorização da usabilidade em empresas de pequeno e médio porte. Funciona em qualquer metodologia ágil, diferente do AUCD e é dividido em 6 fases e em cada uma dessas fases, o modelo especifica cada atividade de design centrado no usuário que devem ser realizadas em um longo documento.

  • Planejamento
  • Especificação
  • Captura (não existe na metodologia ágil!)
    Coletagem de dados específicos do usuário
  • Prototipação
    Desenvolvimento iterativo de protótipos enquanto se valida com o usuário.
  • Teste
  • Implantação

 

Golden Hour on Fire by Justin Battles / from beautifuldecay.com

Deixe um comentário