Análise de Tarefas

É necessário entender primeiramente o que é uma tarefa. Tarefa é uma meta acompanhada de um conjunto de ações. Uma meta é um estado bem abstrato que se deseja atingir e que pode ser atingido de diversas maneiras realizadas por diversas ações alternativas. Uma tarefa podem conter subtarefas e ações são subtarefas indivisíveis em outras subtarefas.

Durante a análise de tarefas acontece a coletagem de informações específicas sobre funções e tarefas que cada perfil realiza. Nem todos os usuários executam as mesmas tarefas e nem sempre executam com as mesmas frequência um tarefa específica. Então, é importante que informações de quais usuários executam quais tarefas e com qual frequência é importante para definir uma boa experiência.

É importante ressaltar o princípio de Pareto nesta análise, onde é dito que 80% do tempo o usuário usa apenas 20% dos sistema, ou seja, deve ser encontrado esses 20% das tarefas mais utilizadas e priorizá-las. A priorização de requisitos em um processo fruto da mescla entre Engenharia de Softwares e Engenharia de Usabilidade não prioriza os requisitos para desenvolver devido ao valor que ela vai agregar ao sistema, mas pela frequência em que ela é usada. Sendo assim, essa etapa é importante para a priorização de requisitos.

Lembrando da Engenharia de Usabilidade de Nielsen, a etapa de definição de metas é onde ocorre a definição de requisitos de usabilidade para cada cenário, então, analisar as tarefas nos levam a depois montar cenários e consequentemente a estipular requisitos de usabilidades para os cenários. Por exemplo, vamos pensar nos seguintes perfis e seus conhecimento:

Perfil

Processo

Sistema

Informática

Médico

Alto

Baixo

Baixo

Enfermeira

Baixo

Alto

Alto

Agora vamos pensar também nessa seguinte tabela de frequência de realização de uma tarefa por parte de um perfil:

Perfil

Consultar paciente

Atualizar prontuário

Cruzar dados de pacientes

Adicionar relações

Médico

14%

11%

Não realizar

Não realiza

Enfermeira

1%

4%

12%

1%

À partir desses dados levantados na análise é possível definir requisitos de usabilidade. Por exemplo, o médico é o perfil que mais faz uso da funcionalidade de consultar pacientes, porém, é ao mesmo tempo o que menos tem conhecimento de informática e do sistema em si, sendo assim, os cenários que conterem essa tarefa deve levar em conta a facilidade de uso, um requisito de usabilidade, ao máximo.

Essa preocupação em definir os requisitos de usabilidade é a preocupação principal da análise de tarefas que para se alcançar depende de outras preocupações como as características funcionais, natureza do comportamento humano, eventos que iniciam as tarefas, dados envolvidos na tarefa, metas a serem cumpridas, procedimento para executar uma tarefa e os critérios de avaliação.

Após todas essas definições de todos esses elementos e todo esse conhecimento criado, restar tomar decisões sobre o projeto. As decisões nessa fase estão relacionadas ao tipo de ordenação das tarefas, ou seja, na sequência em que ocorrerão e disposição na tela e determinação de explicações e assistências em casos de erros.

Análise Competitiva

Um produto será concorrente ao seu se ele tiver o mesmo tripé formado por usuário, tarefa e contexto. Se um ou dois pontos do tripé de um produto forem diferente do do seu, ele é apenas semelhante. Produtos concorrente e até mesmos os semelhantes devem ser estudados afim de se retirar ideias.

Na área de gerência de projetos uma técnica muito utilizada é a modelagem da tarefa como é realizada hoje para então criar a tarefa como será no futuro. Essa filosofia de entender como o produto é hoje para modelar um novo produto é também utilizada na engenharia de usabilidade. Deve ser respondido como que o usuário realiza as tarefas hoje nos sistemas concorrentes e o que tem de pontos fortes e fracos no sistema concorrente ou simplesmente semelhantes para então modelar um novo produto.

Cenários

Com as tarefas determinadas é possível levantar os cenários e montar o documento de cenários e tarefas, pois em um cenário são realizadas n tarefas. Cenários são artefatos gerados para ajudar nessa previsão, onde os cenários são as representaçõesão da atividade em um contexto. Cenários são formas rápidas de captar conhecimento e gerar análise.

Cenários são histórias relacionando tarefas levantadas com as personas em determinados contextos. São úteis para entendimento, antecipação e avaliação de designs conceituais e físicos. Existem quatro tipos de cenários:

  • histórias que são experiências reais de pessoas
  • cenários conceituais que são descrições mais abstratas
  • cenários concretos que são gerados a partir dos cenários conceituais, acrescentando decisões de design e tecnologia
  • casos de uso são descrições formais que podem inclusive serem passados aos programadores.

Independente do tipo de cenário, todos são compostos por:

  • ambiente ou contexto, que são detalhes da situação que motivam ou explicam os objetivos
  • atores, que são as pessoas que realizam a ação
  • objetivos ou o que motiva a ação
  • planejamento que é a atividade mental dirigida que pode ser entendido pelo estágio de execução dos 7 estágios da ação criado por Norman
  • ações que é o comportamento observável
  • eventos que são ações externas ou reações produzidas pelo computador (feedback)
  • avaliação que é pode ser entendido pelo estágio de avaliação dos 7 estágios da ação criado por Norman.
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